GERALDINA PEREIRA FERNANDES (*23.Junho.1913; +23.Julho.2002)
Textos


Ainda é sempre oportuno reafirmar a diferença, já destacada por Mircea Eliade, Monique Augras e Junito de Sousa Brandão, entre mito, lenda, fábula, parábola, alegoria; sobretudo, com a profundidade dos estudos de Carl Gustav Jung, considero que:

-Mito é a descrição de realidades histórico-sócio-humanas vividas coletivamente, em momentos históricos variáveis e determinados;

A força do mito é a numinosidade do símbolo que o manifesta.

-Lenda é a composição fantástica de realidades histórico-sócio-humanas vividas individual ou coletivamente mas que fogem à capacidade compreensão e de entendimento humano; geralmente é composta para ser lida ou narrada em público;

A força da lenda é o sinal, geralmente intimidador, daquilo que a ela corresponde.

-Fábula é narrativa imaginária para transmitir ensinamentos, geralmente morais;

A força da fábula está na impressão subjetiva que provoca.

-Parábola é invenção intencional a partir de experiências e elementos do cotidiano para facilitar a transmissão e o entendimento de ensinamentos, geralmente morais;

A força da parábola está na substancialidade das figuras de palavras que a compõem.

-Alegoria é uma ficção aonde se apresenta uma coisa para representar outra coisa.

A força da alegoria está na engenhosidade construtora das figuras de pensamento e de palavras utilizadas.

Sem ser domínio exclusivo de mitólogos e mitógrafos, estudar e compreender mitos deveria ser tarefa de toda pessoa humana, obviamente dialogando com as concepções e exegeses daqueles estudiosos. E, mais: deveria ser tarefa de todos os profissionais, de qualquer área humana de conhecimento.             
              Lamentavelmente, trocamos o mito pelo horóscopo como uma versão simplória e vicária da astrologia.

Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 10/02/2009


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr