A tese pestalozziana da educação como processo de formação do espírito humano, sustentado pela observação intuitiva ou experiencial na relação da pessoa com o ambiente, preconiza o papel da escola e do professor como tutores ou assistentes do desenvolvimento das capacidades potenciais já existentes na pessoa humana, aonde a tarefa dessa tutoria é a de afastar obstáculos àquele desenvolvimento.
A tese da instrução fundada na intuição, ou seja, na experiência direta do aluno interagindo com o ambiente e observando a natureza da qual faz parte é contrária aos sistemas de ensino centrados no método, no conteúdo, no professor, no aluno, na escola ou no planejamento escolar.
Na Pedagogia Pestalozziana, o centro do ensino é a experiência intuitiva direta da pessoa com o ambiente, forma única capaz de desenvolver os seus poderes potenciais; reiterando, a Pedagogia de Pestalozzi tem por fundamento a educação como meio para desenvolver os potenciais poderes morais, intelectuais e afetivos da pessoa humana: talvez, esse princípio pedagógico possa ser cognominado educação para a vida ou educação para o cuidado com a vida, contrariamente aos atuais princípios de educação para o mercado, educação para o trabalho.
A tese pestalozziana da unidade na formação espiritual para desenvolvimento do sentimento, da intelectualidade e de harmonia com o meio expressa-se na ligação entre educação moral, educação intelectual e educação profissional.
Pestalozzi desenvolve uma teoria da educação a partir do princípio de João Amos Comênio (1592-1670) de que “em toda intuição repetem-se elementos e para que a intuição alcance sua perfeição máxima é suposto prévio que cada um destes elementos se capte com a máxima energia, pureza e seguridade. Estes elementos apresentam-se ao campo intuitivo do espacial, do temporal, das qualidades sensíveis, da série de tons e de vozes”[i]:339
Os métodos educacionais da Pedagogia de Pestalozzi foram desenvolvidos também por J.F. Herbart em sua Pedagogia Romântico-realista, e por Friedrich Fröbel (1782-1852), cognominado o “Pedagogo do Romantismo” por excelência e criador dos “jardins-de-infância”.
[i]DILTHEY,Wilhem Guillermo. Teoria de la concepción del mundo. 2 ed. en español. México: Fondo de Cultura Económica. 1954