GERALDINA PEREIRA FERNANDES (*23.Junho.1913; +23.Julho.2002)
Dr. Carlos Fernandes
Membro da Associação Brasileira de Enfermagem Forense - ABEFORENSE
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Textos
 

A integração do arquétipo animi na personalidade masculina de Oxumaré é reconhecida na representação de uma divindade andrógina cujo símbolo mítico é tanto a serpente quanto o arcoíris.

Símbolo do próprio deus Oxumaré e por isso mesmo igualmente símbolo do próprio arquétipo animi, a significação mítica da serpente merece ser relembrada:

-símbolo do medo da vida1:422 em geral e do medo1:252 em particular para quem deve abandonar a mãe, sem regredir e cometer incesto com ela, ou seja, voltar ao círculo materno, negando-se a crescer;

-símbolo da morte,1:362 da sexualidade,2: 92  do inconsciente,1:363 da renovação da personalidade,1:156 do falo – fonte da vida e da própria energia psíquica;1:85-6

-sendo a própria energia psíquica transformando e renovando a personalidade, a serpente “é o princípio que leva todas as coisas à maturação e à perfeição [. ...] é a substância transformadora por excelência, que por sua vez leva os corpos imperfeitos ou imaturos à plena realização e a maturação”.1:467

-num rito pagão de transformação e renovação pela serpente, representante de um deus, ela é denominada serpente da cura; nesse rito, os homens devem separar as serpenes para se tornarem homens;1:155

-símbolo de sacrifício,1:419 tal como um homem sacrifica sua infância matando o homem incompleto dentro de si para se tornar homem;

-símbolo de força regenerativa1:419 expressando a capacidade de levar um homem à maturação e à beleza fálica e não adolescente.

 A força, a beleza, a potência e a masculinidade fálicas (imanente ao deus Falo) do deus Oxumaré – corporificado na serpente e no arcoíris – fazem dele o próprio símbolo do arquétipo da individuação masculina, o animi.

Se prestarmos cuidadosa atenção em nós mesmos e a nossa atual distância do Arquétipo Animi encarnado em Oxumaré (arquétipo do movimento, da ação e da transformação) perceberemos os aleijumes do tipo de homem e de mulher nos chamados mundos moderno e pós-moderno.

Precisamos dO ar, dA água, atravessar o arco, reverenciar A Serpente para renovar e transformar.

Arruboboi!

 
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(1)JUNG, Carl Gustav Jung. Símbolos da transformação. Petrópolis: Vozes. 1986
(2)JUNG, Carl Gustav. A Natureza da psique. 2. ed. Petrópolis: Vozes 1986
Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 19/01/2009
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