Ainda é sempre oportuno reafirmar a diferença, já destacada por Mircea Eliade, Monique Augras e Junito de Sousa Brandão, entre mito, lenda, fábula, parábola, alegoria; sobretudo, com a profundidade dos estudos de Carl Gustav Jung, considero que:
-Mito é a descrição de realidades histórico-sócio-humanas vividas coletivamente, em momentos históricos variáveis e determinados;
A força do mito é a numinosidade do símbolo que o manifesta.
-Lenda é a composição fantástica de realidades histórico-sócio-humanas vividas individual ou coletivamente mas que fogem à capacidade compreensão e de entendimento humano; geralmente é composta para ser lida ou narrada em público;
A força da lenda é o sinal, geralmente intimidador, daquilo que a ela corresponde.
-Fábula é narrativa imaginária para transmitir ensinamentos, geralmente morais;
A força da fábula está na impressão subjetiva que provoca.
-Parábola é invenção intencional a partir de experiências e elementos do cotidiano para facilitar a transmissão e o entendimento de ensinamentos, geralmente morais;
A força da parábola está na substancialidade das figuras de palavras que a compõem.
-Alegoria é uma ficção aonde se apresenta uma coisa para representar outra coisa.
A força da alegoria está na engenhosidade construtora das figuras de pensamento e de palavras utilizadas.
Sem ser domínio exclusivo de mitólogos e mitógrafos, estudar e compreender mitos deveria ser tarefa de toda pessoa humana, obviamente dialogando com as concepções e exegeses daqueles estudiosos. E, mais: deveria ser tarefa de todos os profissionais, de qualquer área humana de conhecimento.
Lamentavelmente, trocamos o mito pelo horóscopo como uma versão simplória e vicária da astrologia.