O vocábulo semiótica é formado do grego semeion, signo; o prefixo semio é transliteração latina da forma grega semion. Em geral significa a doutrina ou ciência dos signos verbais, não verbais, corpóreos, histórico-culutrais, humanos, animais e naturais.
A palavra semiótica tem outras precursoras e rivais terminológicas: semiologia, semântica, sematologia, semasiologia, semologia: semântica e semasiologia é o estudo das significações na linguística; o uso dos termos sematologia e semologia limita-se a autores isolados na história da Semiótica; até um determinado momento, semiologia era a teoria dos signos humanos, culturais, particularmente os textuais, e semiótica era ciência geral dos signos animais e naturais.
Em 1969, por iniciativa de Roman Jakobson, da Associação Internacional de Semiótica, foi adotado mundialmente o termo SEMIÓTICA para todos os estudos referentes à semiologia e a semiótica geral; o termo semiologia ficou circunscrito ao campo da Medicina e reduzido à especialidade médica da Sintomatologia ou estudos dos sinais e sintomas das doenças.
Dentre as ciências semióticas estão a Epistemologia Semiótica, a Hermenêutica Semiótica, a Estética Semiótica, a Semiótica da Linguagem, a Lógica Semiótica.
SEMIÓTICA DO CUIDADO nasce da conexão entre Semiótica, Cinésica (incluindo a Sociocinésica) e Semiologia (sem referenciar-se ou limitar-se à Sintomatologia Médica) para o estudo das trajetórias (vivência) e memórias (expressões da vivência) de cuidado, de não cuidado e de autocuidado, individuais e coletivas, com o corpo.
Constitui, pois, erro grave limitar Semiologia à concepção médica da vida e à especialidade médica da Sintomatologia, ou seja, estudo dos sinais e sintomas de doenças - mesmo porque está superada a noção redutiva e isolada de DOENÇA como ente: saúde e doença não são entes; constituem um processo, chamado processo saúde-doença, com determinantes e condicionantes sociais, políticos, econômicos, étnicos, ou seja, é um processo histórico.
Estão para serem corrigidas as distorções das matrizes (e não grades) curriculares de ensino e de prática, desde a graduação, da chamada Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem; e, o que é pior, as distorções e as limitações, inclusive de carga horária de ensino, da atual Semiologia e Semiotécnica (médica) aplicada à Enfermagem.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
-FERNANDES, Carlos Roberto. Semiótica do Cuidado. In: ____________________ . Violência Moral na Enfermagem. Goiânia: AB. 2007; ps. 72-80
-NÖTH, Winfried. Panomarama da Semiótica: de Platão a Peirce. 2. ed. São Paulo: Annablume. 1998
-PINTO, Julio. 1, 2, 3 da Semiótica. Belo Horizonte: UFMG. 1995
-SANTAELLA, Lúcia. O Que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense. 1999
Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 25/02/2009