GERALDINA PEREIRA FERNANDES (*23.Junho.1913; +23.Julho.2002)
Dr. Carlos Fernandes
Membro da Associação Brasileira de Enfermagem Forense - ABEFORENSE
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Textos
O ministério de Jesus deu-se do final dos anos 20 ao começo dos anos 30 do século I. Esse período é chamado de apostólico, ou seja, compreende o ministério de Jesus e dos seus doze discípulos: os escritos atribuídos a Marcos, Mateus, Lucas e João corresponderiam a esse período.

A primeira metade do século I ou período II corresponde àquele dos pais apostólicos e do surgimento de várias obras alternativas. Esses pais apostólicos tiveram contato com os discípulos de Jesus ou são imediatamente posteriores a eles: dentre os escritos desses padres estão os de Clemente de Roma, as cartas de Inácio (bispo de Antioquia, na Síria), uma carta de Policarpo (bispo de Esmirna, na Ásia Menor, a carta do pseudo-Barnabé (ou seja, não apóstolo do Novo Testamento), o escrito do Pastor de Hermas, uma epístola de Diógenes e os Fragmentos de Papias. Tais obras foram preservadas pelo historiador Eusébio, da igreja do século IV.

Paralelas às obras dos pais apostólicos existiram muitas obras escritas, alternativas às concepções daqueles pais apostólicos.

O período III é aquele dos chamados Apologistas: iniciou-se na metade do século II e estendeu-se durante a formação das crenças da igreja romana até o século IV. Nesse período, contrapõem-se duas grandes personagens da igreja: a da obra de Irineu e a da obra de Justino – o Mártir.

Os Apologistas defendiam a superioridade do cristianismo (segundo a igreja católica) diante do paganismo, do judaísmo e da filosofia grega.
No período dos Apologistas também existiram outras crenças diferenciadas daquela do cristianismo (segundo a igreja católica): o ebionismo, o encratismo, o mantanismo.

A palavra cristianismo é uma invenção de Inácio de Antioquia, discípulo do apóstolo João, quando se impôs bispo de Antióquia; com esse nome, Inácio separava a nova religião não judaica do judaísmo; de igual modo, a palavra "católico" é possivelmente uma invenção de Inácio ou, pelo menos, foi o primeiro a utilizá-la para significar que aquela nova religião não judaica era universal.

Os inúmeros documentos, além dos quatro evangelhos do Novo Testamento, foram proscritos da igreja católica, chamada cristianismo: tais escritos foram chamados de apócrifos, ou seja, não populares ou públicos, secretos.
 Impostos como únicos e verdadeiros (canônicos) pela igreja católica, os quatro evangelhos do Novo Testamento não trazem muitas informações sobre quem foi José – esposo de Maria.

Dos vários escritos não públicos está o intitulado "A História de José, o Carpinteiro": é narrada pelo próprio Jesus a seus discípulos e não traz o nome do autor que a escreveu por volta do século IV, no Egito.

José-Ben-Jacob era filho de Jacob (Mateus 1:16; Lucas 3:23), carpinteiro na aldeia de Nazaré, na Galiléia, e, possivelmente, sem retumbantes recursos financeiros. (Mateus 13:55; Lucas 2:4, 24).

Provavelmente José era o único carpinteiro de Nazaré: fabricava ferramentas para lavoura, móveis, talvez fazia projetos de construção. Esse importantíssimo trabalho para a época também foi aprendido por Jesus: tanto quanto seu pai, Jesus desde pequeno sabia aplainar madeira e rebocar paredes. As crianças dessa época trabalhavam com os pais e isso não interferia em sua educação.
Como geralmente acontecia com todo judeu, José, e também Jesus, foi educado na assembléia ou congregação local: tais assemblélias ou congregações, noutros locais, eram as sinagogas. Na pequena e insignificante aldeia ou povoado da Galiléia, En-Nazira, não havia sinagogas.

 Pelo alto grau de instrução de Jesus, José demonstrava ser um judeu ortodoxo, tanto quanto sua segunda esposa Maria.

Os habitantes da aldeia de En-Nazira (posteriormente rebatizada de Nazaré), em permanente contato com povos não-judeus, falavam ou poderiam falar e ler três línguas: o aramaico, o hebraico e o grego. Maria, José e Jesus possivelmente falavam e liam o aramaico em casa e com os amigos; o grego era a língua internacional usada por todo o império romano e o hebraico era a menos habitual para todo o povo judeu. Na sinagoga, o Antigo Testamento era lido em hebraico.

José teve um primeiro casamento do qual nasceram seis filhos: Judas, Josetos, Tiago, Simão, Lísia e Lídia.

Com os seus dois filhos mais velhos, José frequentemente viajava para exercer o seu ofício de carpinteiro.

Quando a primeira esposa de José morreu, seus demais filhos já estavam casados e em seus próprios lares, restando apenas o filho Tiago -ainda um menino de pouca idade.

Numa dada ocasião, Maria de Nazaré era interna do templo de Jerusalém: uma jovem era interna e educada no templo até completar a idade de doze anos – momento em que deveria ser apresentada a um varão escolhido pelos sacerdotes a fim de casar-se. E assim aconteceu com Maria: após a vida com os seus pais Heli e Ana, na Galiléia e do nascimento até os três anos de idade, foi ser instruída no templo.

Ao chegar a idade de doze anos, os sacerdotes convocaram os homens das tribos de Judá e escolheram entre elas doze homens dentre os quais um seria o escolhido para casar-se com Maria.

José foi o escolhido: honrado viúvo há um ano, carpinteiro de Nazaré, judeu ortodoxo e benquisto dos sacerdotes.

Apresentada pelos sacerdotes a José, seu futuro esposo, a partir daquele momento os dois estavam prometidos um ao outro; posteriormente e já casada, Maria foi viver por dois anos com José (e seus filhos) até que a celebração do matrimônio fosse realizada. (Por costume da época, o compromisso de casamento contava por esses dois anos e somente depois o matrimônio era celebrado).

José, ao casar-se com Maria, tinha 40 anos de idade; ainda viveu mais 49 anos casado com Maria e com a qual teria tido nove filhos, incluindo Jesus. José teria morrido no dia 26 do mês egípcio de Epep, ou seja, em julho do ano 42 do principado do imperador Augusto.

O principado do imperador Augusto foi 27 aJ até 284 dJ (dJ significa antes e depois de Jesus); o ano de 42 corresponde ao período de um dos sucessores de Augusto – Cláudio que reinou de 41 a 54. Sob o império de Cláudio, esposo de Messalina, os judeus foram expulsos de Roma.

Quanto aos possíveis filhos gerados por José e Maria não existe nada de impressionante, considerando que Maria era uma jovem saudável, casada aos 15 anos, e José era um homem viril de 40 anos de idade, cujo matrimônio estendeu-se por 49 anos: anormal e contra as leis naturais seria não terem tido filho algum.
Após acomodar a nova esposa em sua casa, José partiu por três meses para o local aonde exercia o seu ofício de carpinteiro, num povoado da Galiléia: segundo o relato, o pequeno órfão de mãe, Tiago, recebeu de Maria um especial carinho e atenção – pela tenra idade e pela orfandade. E essa atenção justificaria porque era chamada de Maria, a mãe de Tiago.

Ao retornar, após os três meses, foi felicitado com a notícia da gravidez de sua esposa, então com 15 anos de idade. E aí, homens e religiões teriam inventado fábulas e parábolas sobre a relação conjugal entre José e Maria, sua gravidez e o nascimento de Jesus num povoado da Galiléia.

Jesus nasceu no ano 5 ou 4 a.C, antes da morte de Herodes, o grande: este morreu em 4 a.C. Esta informação está no evangelho atribuído a Mateus que diz ter Jesus nascido durante o reinado de Herodes, o grande.

José Herculano Pires adverte sobre a distância entre Jesus, nascido num povoado da Galiléia, e o outro Jesus, nascido em Belém, na Judéia: essa distância responde pelo abismo entre o Cristianismo de Jesus e o Cristianismo dos cristãos: vale recordar que nunca existiu uma cidade com o nome de Nazaré mas uma aldeia, insignificante para a época, chamada En-Nazira. Tão insignificante esse lugar que, posteriormente, inventaram que Jesus havia nascido em Belém, na Judéia.

As suspeitas sobre o nascimento de Jesus e as invenções sobre o mesmo têm uma só causa: a simplicidade confundida com pobreza. E os simples, ao contrário dos orgulhosos e dos petulantes, sempre foram suspeitos.

Jesus era um bastardo? Não: foi gerado por José e Maria, mesmo antes da celebração oficial do matrimônio, embora já estivessem casados. Concebido sob as bênçãos dos nobres espíritos reencarnados, José e Maria, numa união digna e honrada, abençoada pela falange dos Iluminados Espíritos que presidiam a encarnação do criador da Terra, sob as ordens de Deus e que receberia o nome de Jesus. Ele era o  
emanuel – o deus conosco, dada a Sua ímpar hierarquia espiritual.

André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, conceitua espírito santo: "falange dos Emissários da Providência que superintende os grandes movimentos da Humanidade na Terra e no Plano Espiritual." Eis porque a tradição registra, tendo ou não essa consciência, a expressão espírito santo, inclusive para referir-se à concepção de Jesus.

Quanto a José, e curiosamente, o espírito Emmanuel foi o único que, de suas milhares de páginas, escreveu uma, "José da Galiléia", homenageando a personalidade "profundamente espiritual" do homem José, esposo de Maria e pai de Jesus.

O cristianismo deve a José a porta da primeira hora.

"JOSÉ PASSOU NO MUNDO DENTRO DO DIVINO SILÊNCIO DE DEUS
."
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BIBLIOGRAFIA:
-BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulinas. 1980
-DRANE, John. Jesus, sua vida, seu evangelho para o homem de hoje. São Paulo: Paulinas. 1982
-EMMANUEL; XAVIER, Francisco Cândido. José da Galiléia. In: _______________ Levantar e seguir. São Bernardo do Campo: Geem. 1992; p.40
-EMMANUEL; XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da luz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB. 1983
-LUIZ, André. A Rigor. In: XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo; Autores diversos. O Espírito da Verdade. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB. 1982; p.29
-PIRES, José Herculano. Revisão do Cristianismo. São Paulo: Paidéia. 1979
Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 06/08/2009
Alterado em 06/08/2009
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