Perpétuos clamores, louvores
a Nossa Senhora das Dores.
As mesmas dores lembradas de minha mãe:
nascida das dores
... nas Dores de Santa Juliana.
Era 1913: gemeu Maria Bárbara.
Nasce chorando
Geraldina Pereira Fernandes.
Nasce a mãe Geraldina
no mês de São João:
confluências de coração!
Vida de dores, de louvores,
de incansáveis buscas e pendores.
Minha mãe, Geraldina!
Nela, expressão sem princípio sem fim
De outra mãe: Maria.
Quantas Marias!
Quantas Bárbaras!
Quantas pedras transformadas em abrigo!
Não há na Terra andores para tantas dores.
Primeiro esposo: Falstaff Vitali.
Jovem tocador, feitor de instrumentos, de móveis.
Música, noite e festejo.
E minha mãe se encanta: nascem Jeanette e Maria de Lourdes.
Eis a outra Maria da família: tão cheia de clamores, de louvores
E as dores em procissão acompanham as Marias do mundo.
Enviuva-se a mãe.
Morre jovem o jovem Falstaff.
Segundo esposo: Manoel Fernandes de Souza.
Nasce o negrinho, Manoel Carlos Fernandes. 1941.
O ofício do casamento chega mais tarde: 10 de março de 1964.
24 de maio de 1930: casou-se Falstaff e Geraldina.
24 de maio de 1962: nasceu Carlos, o Roberto, o Fernandes.
E a mãe tão presente, tão matriarca.
Filhos, netos, bisnetos, tataranetos... Quanta gente volteando a mãe.
Foi o São João Batista. 2002.
Ele guardou o corpo morto da mãe
Eterna na alma do filho
segundo o Espírito Santo: expressão da graça de Maria - a Santíssima.
Santa Maria,
Nossa Senhora das Dores,
São João,
São João Batista!
Protejam o pai,
Protejam o filho,
Protejam a mãe.