Textos
minhalma passeante, aprisionada e tonta
quer controlar o corpo nela habitante
e, nessa luta, quanto sonho se desmonta
numa lágrima morticida, palpitante.
ninguém percebe a dor contida nessa afronta
onde a fortaleza do corpo suplicante
blasfema sobre a muralha incerta e pronta
de minhalma supremíssima governante.
fortaleza e muralha, cada uma arrogante
do seu mausoléu de esplendoríssima fronte
espera guardar a outra de juízo infante
em túmulo secular de tétrico monte
onde meu corpo transforme secura arfante
no sereníssimo silêncio de uma fonte.
Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 22/05/2007
Alterado em 12/11/2015
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