Na ciência filosófica de Giambattista Vico (1668 – 1744), História é a ciência fundadora de todo o conhecimento e a Estética é o seu motor central e a sua expressão objetivada: para essa ciência filosófica a Estética está no centro da história – um lugar ocupado, dos pré-socráticos a Aurélio Agostinho (354-430), pelo Desejo.
A Ciência Nova viconiana preconiza o fato ou o feito como a verdade e não o pensamento ou o Cogito cartesiano; a Engenhosidade e não o método; a Tópica e não a Crítica, lembrando-se que, no século XVIII, Crítica, Gramática e Hermenêutica eram ciências metodológicas formais e introdutórias às ciências filológicas.
Giambattista Vico também pode ser o criador da Pedagogia Estética ao considerar a Imaginação e a Memória forças vivas, criadoras e coesas expressas na historicidade das tradições e dos mitos reveladores da história dos povos, das nações, do pensamento, da cultura, das instituições e da Política.
A Ciência Nova de Vico, originalmente uma Ciência Estética, ridiculariza o humanismo pleonasticamente antropocentrista e luta contra as limitações impostas pelo racionalismo à criatividade e à imaginação, à inventividade e à engenhosidade, à história e à filosofia; além disso, sua tese do corso e ricorso antecipa uma condenação ao erro de Augusto Comte e de Karl Marx de aplicarem o darwinismo à realidade histórico-sócio-humana. Ou seja, a Ciência Nova de Vico declara por antecipação a condição natimorta do positivismo e do materialismo histórico-dialético.
Corso e ricorso significa sequência e recorrência, fluxo e refluxo: não se trata de ciclo, espiral, escada, círculo nem de níveis, dimensões, patamares ou camadas mas de tecido emaranhado, uma teia, uma rede de vivências e revivências históricas. É o que, compreendendo a vida por ela mesma, uma vivência e não um pensamento, conclui mais tarde Wilhelm Guillermo Dilthey (1833 – 1911) – o pai do Historismo Alemão.