Oxumaré (Arruboboi!) significa "o que se desloca com a chuva retendo o fogo em seus punhos".
Miticamente é filho dos orixás Nanã (Saluba Nanã!) e Oxalá (Epa, babá!), donde se pode deduzir o poder estrutural de Oxumaré, tanto na terra no que ela tem mais primordial quanto no céu.
Nanã (Saluba Nanã!) talvez seja a mais fundamental das entidades que deveria merecer estudo cuidadoso, particularmente da Psicomitologia Brasileira.
Oxumaré o deus da transformação, da ação e do movimento é muito mais o deus diretor das forças produtoras da transformação, da ação e do movimento. Por isso pode ser associado aos processos de formação e de desenvolvimento da masculinidade nos movimentos transformadores da energia fálica bem como a própria força fálica produtora daqueles processos.
O cognome "deus da riqueza" pode expressar a suprema riqueza dos elementos que o representam –água e ar. Deus arquetípico representado pelo arco-iris (quando é homem) e pela serpente (quando é mulher) suas cores são o verde e o amarelo – a transformação, a renovação, a sabedoria. (Ser homem e ser mulher, miticamente, deve ser compreendido como rito no processo de integração do Arquétipo Andrógino para a individuação; após a integração desse arquétipo dá-se a integração do Animi).
A integração do arquétipo animi na personalidade masculina de Oxumaré é reconhecida na representação de uma divindade andrógina.
A integração do arquétipo animi na personalidade feminina de Oxumaré será reconhecida, fundamentalmente, pelas características de sua mãe Nanã (Saluba Nanã!).
Não pode passar em vão ou de leve por Oxumaré, Nanã e Oxalá; talvez por isso os filhos e as filhas de Oxumaré são inesquecíveis na vida de quantos os conhecem, radicais e fundamentais em tudo quanto pensam e fazem.
Contemplari e considerare o Orixá Oxumaré é praticamente uma necessidade de sobrevivência: isso é muitíssimo sério e respeitosamente comovente.